Eu sou o Renato Ibrahim. Eu ouvia falar sobre o trabalho do Vicente com dependentes químicos. Certa vez coincidiu de nós participarmos de um trabalho de entrega de marmita para pessoas em condição de rua e o Vicente estava lá. Nós estávamos apoiando aquele evento e foi aí que nossa aproximação aconteceu e nós estávamos preparando as marmitas e o Vicente orientando a todos como lidar com as pessoas, o que nós iríamos encontrar na rua, qual era a situação das pessoas, como abordar e certos cuidados. Nós participamos desse trabalho junto com ele naquelas noites durante dois anos.

É um trabalho muito difícil, mas muito difícil mesmo. Às vezes parece que é uma coisa simples de ir e entregar as marmitas, mas não é. É isso que a gente olha, mas tem todo um trabalho envolvendo isso. A gente vê coisas pesadas, coisas duras, fortes e difíceis. Eu não consegui ficar muito tempo neste trabalho justamente por causa desse impacto. O Vicente tem uma força fora do comum, uma adrenalina, uma vontade de resgatar as pessoas e mostrar para elas que elas têm uma vida bela a se viver fora daquele mundo tenebroso que elas vivem. Então nós acompanhamos o Vicente nas suas palestras também, tudo o que ele tinha para ensinar.

Eu e minha esposa trabalhamos com jovens com aconselhamentos, nas dificuldades e problemas e um dos pontos que tínhamos dificuldade em lidar é justamente com as drogas. Nunca tivemos o contato direto com pessoas que tinham esses problemas e passavam por estes problemas. O contato com o Vicente nos ensinou muito a lidar com esta situação e a conhecer as dificuldades e problemas, saber o que as famílias enfrentam, saber como ajudar as famílias que tem algum parente que passam por isso e conseguir se aproximar dos jovens que está prestes a entrar neste mundo e agora a gente consegue fazer uma prevenção para os jovens e tudo isso foi fantástico em nossas vidas porque aprendemos com ele. Tanto que mudou nossas vidas nos tornamos amigos do Vicente.